Fui desafiado a ler o livro "Zelota" de Reza Aslan, um iraniano radicado nos EUA junto com sua família após a revolução em seu país na década de 70.
Em sua introdução, ele conta sua experiência de conversão ao cristianismo, que segundo o autor, não era oportunismo em relação a sua busca de identidade com a nova cultura ocidental e cristã. Ele definitivamente se definia como um prosélito sincero e ávido pela nova fé, até o momento que começou
a analisar mais minuciosamente a nova fé, e acabou descobrindo os erros e falhas em muitos lugares da teologia cristã e do seu livro mais sagrado.
Logo de início, o autor faz uma breve reconstrução histórica da Palestina desde os tempos da conquista por Josué e ultrapassa as barreiras temporais até chegar ao foco principal, detalhando-se mais especificamente no período inicial da ocupação romana. Neste ponto, praticamente não existe nada de estranho a todo o conhecimento histórico em geral. São apenas reconstruções habilmente escolhidas, mas que mais para frente irão formar o arcabouço da teoria (enfatizamos a palavra TEORIA) do autor.
A habilidade com que ele passa de momentos históricos a outros levam o leitor a uma viagem numa espécie de máquina do tempo, transferindo-se ao longo de pouco mais de um século na linha temporal. Mas para um leitor desavisado e mesmo não muito familiarizado com o ritmo histórico e o contexto do séc. I, em algum lugar destas viagens temporais começa a se perder nos nomes e lugares. Idas e vindas são frequentes no desenvolvimento desta preparação "ideológica" que nos apresenta o autor. Contudo, sua acuracidade histórica parece-nos seguir praticamente imaculada. Os tensos tempos em questão naquela região do mundo são um terreno fértil para descrições pesadas e tensas como nos é representada a Palestina.
Um ponto que parece escapar ao tão habilidoso narrador é o fato de por "longos" 3 anos a revolta judaica conseguiu não apenas se defender dos insistentes ataques das tropas do maior Império que o mundo viu até então, mas os judeus haviam imposto aos romanos trágicas e humilhantes derrotas. O fato de termos disputas em Roma pelo trono, e a necessidade gerada deste fato de solidificar sua liderança fez com que o novo imperador jogasse todas as suas fixas sobre a mesa, apostando numa campanha vitoriosa e exemplar. Não fossem detalhes como estes, a história poderia ser diferente, mas como a História não é feitas de "se", o Império Romano impôs aos judeus uma guerra total e desastrosa derrota, e por fim, a Diáspora.
O tema sobre a ideologia religiosa judaica (especialmente durante a ocupação romana) é muito amplo e cheio de nuances que podem comprometer o autor. O fanatismo com que viviam os descendentes do Exílio Babilônico e herdeiros do Período Macabeu é compreendido apenas se levando em conta estes dois momentos chaves. A revolta contida por décadas contra Roma, que havia sido convidada pelos Macabeus a interferirem em assuntos locais(!!!), foi o contexto real onde Jesus cresceu, e isto não pode ser negado. Contudo, levar Jesus para dentro desta disputa de poder é um passo muito ousado historicamente, como veremos a seguir!
Em sua introdução, ele conta sua experiência de conversão ao cristianismo, que segundo o autor, não era oportunismo em relação a sua busca de identidade com a nova cultura ocidental e cristã. Ele definitivamente se definia como um prosélito sincero e ávido pela nova fé, até o momento que começou
a analisar mais minuciosamente a nova fé, e acabou descobrindo os erros e falhas em muitos lugares da teologia cristã e do seu livro mais sagrado.
Logo de início, o autor faz uma breve reconstrução histórica da Palestina desde os tempos da conquista por Josué e ultrapassa as barreiras temporais até chegar ao foco principal, detalhando-se mais especificamente no período inicial da ocupação romana. Neste ponto, praticamente não existe nada de estranho a todo o conhecimento histórico em geral. São apenas reconstruções habilmente escolhidas, mas que mais para frente irão formar o arcabouço da teoria (enfatizamos a palavra TEORIA) do autor.
A habilidade com que ele passa de momentos históricos a outros levam o leitor a uma viagem numa espécie de máquina do tempo, transferindo-se ao longo de pouco mais de um século na linha temporal. Mas para um leitor desavisado e mesmo não muito familiarizado com o ritmo histórico e o contexto do séc. I, em algum lugar destas viagens temporais começa a se perder nos nomes e lugares. Idas e vindas são frequentes no desenvolvimento desta preparação "ideológica" que nos apresenta o autor. Contudo, sua acuracidade histórica parece-nos seguir praticamente imaculada. Os tensos tempos em questão naquela região do mundo são um terreno fértil para descrições pesadas e tensas como nos é representada a Palestina.
Um ponto que parece escapar ao tão habilidoso narrador é o fato de por "longos" 3 anos a revolta judaica conseguiu não apenas se defender dos insistentes ataques das tropas do maior Império que o mundo viu até então, mas os judeus haviam imposto aos romanos trágicas e humilhantes derrotas. O fato de termos disputas em Roma pelo trono, e a necessidade gerada deste fato de solidificar sua liderança fez com que o novo imperador jogasse todas as suas fixas sobre a mesa, apostando numa campanha vitoriosa e exemplar. Não fossem detalhes como estes, a história poderia ser diferente, mas como a História não é feitas de "se", o Império Romano impôs aos judeus uma guerra total e desastrosa derrota, e por fim, a Diáspora.
O tema sobre a ideologia religiosa judaica (especialmente durante a ocupação romana) é muito amplo e cheio de nuances que podem comprometer o autor. O fanatismo com que viviam os descendentes do Exílio Babilônico e herdeiros do Período Macabeu é compreendido apenas se levando em conta estes dois momentos chaves. A revolta contida por décadas contra Roma, que havia sido convidada pelos Macabeus a interferirem em assuntos locais(!!!), foi o contexto real onde Jesus cresceu, e isto não pode ser negado. Contudo, levar Jesus para dentro desta disputa de poder é um passo muito ousado historicamente, como veremos a seguir!