Apresentação do História e Arqueologia Bíblica

27 janeiro 2014

O ÉDEN

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"Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado."
Ge 2.8



Assim é mencionado pela primeira vez este local paradisíaco no texto sagrado. A palavra designando um local específico aparece 13 vezes na Bíblia, todas no Antigo Testamento.

As grandes interrogações geralmente levantadas sobre o Éden dizem respeito, em primeiro lugar, à sua veracidade histórica, e em segundo, à sua localização. Precisamos esclarecer inicialmente que o Éden não era um jardim!

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17 janeiro 2014

GÊNESIS À LUZ DOS MESOPOTÂMICOS

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Uma das sete tábuas, em cuneiforme 
do Enuma Elish, o poema da criação do mundo
A discussão a respeito dos relatos contidos nos primeiros capítulos de Gênesis e sua dependência de fontes literárias da Mesopotâmia não é algo novo. 

O grande impulso nesta área foi dado com a descoberta do poema mítico da Criação conhecido como Enuma Elish em 1849. Rapidamente foram feitas algumas análises e veiculou-se a possibilidade do texto ter sido de alguma forma a base para a composição da narrativa da Criação em Gênesis. 

Nossa intenção aqui não é discutir esta possível dependência, ou traçar qual teria a primazia. Pretendemos partir dos pontos de similaridade e mostrar uma relação entre ambos. 

Começamos com a questão das tábuas. Enuma Elish foi encontrado com sua história dividida em 7 tábuas, assim como os dias da criação em Gênesis, são igualmente 7. Mas as coincidências não param por aqui. A primeira narra o nascimento do "universo". Em sua seqüência, a guerra travada entre os primeiros deuses são uma força criadora, como no relato seguinte dos "dias da criação". Na sexta tábua, encontramos a

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13 janeiro 2014

NOS TEMPOS DE ABRAÃO

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Continuando com nossa ênfase nos tempos patriarcais...

Como funcionava a vida diária nos tempos patriarcais? Como era viver em uma tenda nos tempos de Abraão? Confira neste episódio do Programa Evidências".



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12 janeiro 2014

UR DOS CALDEUS

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Ur (em sumérioUrim)

De acordo com uma estimativa, Ur foi a maior cidade do mundo de 2030 a 1980 a.C.; sua população era de aproximadamente 65.000 pessoas (uma megalópole da época).
Reconstituição gráfica de Ur

O comércio e a ligação entre Ur e pontos distantes como a Arábia e a Índia é amplamente atestado por achados arqueológicos nas ruínas da cidade. Provavelmente estas mercadorias foram parar um Ur através do comércio marítimo. Já utensílios oriundos do vale do Nilo e outras regiões eram trazidos por
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09 janeiro 2014

OS PRISMAS E GÊNESIS...

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O assim chamado “Prisma dos Reis”, datado por volta de 2170 a.C., foi  descoberto  em 1922 perto da cidade de Larsa, no sul da Mesopotâmia, uma cidade que ficava não muito distante de Ur,  cidade de origem do patriarca Abraão.  Este prisma é importante por narrar não apenas a existência de um dilúvio universal (mais corretamente falando, de toda a humanidade), mas especialmente por nos dar uma relação de nomes de dezenas de reis pré-diluvianos.

No nosso caso, este achado é de essencial importância por nos fornecer informações sobre o ambiente cultural onde cresceram os patriarcas bíblicos. Sabemos neste caso
que a cultura que envolvia-os era a suméria, o que torna as narrativas de Gênesis mais claras. A história, religião, cultura e sistema de leis dos antigos habitantes da Mesopotâmia acabam por dar ao texto bíblico a confirmação da historicidade dos relatos sobre a vida dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó.

Ficamos sabendo pelas descobertas dos arqueólogos que no séc. XXIV a.C.  a população da região sul da Mesopotâmia falava a língua suméria, enquanto que na zona central e norte da planície, o sumério se misturava com outras línguas do tronco chamado “semita oriental”. Já no extremo norte, a predominância era destas línguas semitas. Todos os habitantes da região mesopotâmica se auto-intitulavam “cabeças negras” (em sumério, sang-nhiga, e em semita, zal-mat-kakkadi). Este é o pano-de-fundo do semita Abraão que habitava uma região predominantemente suméria. Seu deslocamento a partir de Gênesis 12 é uma espécie de volta às origens semitas, pois Harã - primeira parada no caminho - ficava ao norte de Mesopotâmia, e Canaã era habitada por povos cananeus e alguns clãs semitas. 

Uma característica da região mesopotâmica era a total descentralização do poder, ou seja, não existia um estado organizado e unido, apenas cidades-estado que lutavam entre si pela hegemonia temporária de uma parte das terras férteis. A cidade mais proeminente era Nippur, que se localizava na parte central do vale do baixo Eufrates, onde se encontrava o templo do deus Enlil, adorado por todos os “cabeças negras”.  Existe a suposição de alguns estudiosos que foi exatamente nesta cidade que surgiu o primeiro sistema de escrita conhecida.

As outras cidades locais igualmente tinham seus templos dedicados aos deuses, que serviam como morada dos deuses. Cada cidade-estado tinha seu deus protetor, como era o caso de Sin, o deus Lua de Ur. Além das atividades religiosas, estes complexos também funcionavam como centros de atividades culturais, científicas e de ações governamentais.

Disto é testemunha um dos mais antigos documentos escritos de que se tem notícia, encontrado em Ur, cidade de Abraão. Neste  arquivo do final do III milênio a.C. (tempo do patriarca), encontramos a chamada “Lista dos Reis” que é a enumeração dos governantes de várias cidades de Mesopotâmia “desde o início do mundo”. Todas as dinastias ali relacionadas são divididas entre pré-diluvianas e pós-diluvianas. E isto coloca a era patriarcal bíblica muito próxima do registro escrito de eventos  de significação histórica mundial. Em outras palavras, os relatos de Gênesis parecem estar preservados pela tradição oral e escrita de um povo que não tem ligação direta com a tradição judaica. Abraão estava familiarizado com as histórias do chamado “Dilúvio universal”, assim como outras histórias que serão preservadas nos relatos contidos entre os primeiros 11 capítulos de Gênesis.

As conseqüências parecem óbvias. O testemunho da era pré-patriarcal (Ge 1-11) era do conhecimento comum ao menos dos habitantes da Mesopotâmia (isto sem levar em conta a avalanche de narrativas muito parecidas com Ge 1-11 encontradas por todo o globo, de épocas tão remotas quanto se possa ter registro). A implicação direta disto é que a teoria (idéia amplamente aceita entre as pessoas atualmente) de que a revelação divina à Moisés para escrever os relatos de Gênesis como uma “novidade revelatória” acaba caindo por terra. Se assim fosse, que Deus tivesse revelado a Moisés algo totalmente “novo e desconhecido”, teríamos que a tal “novidade” já era do conhecimento comum!!! 

Parece,  portanto, mais lógico tomar que as narrativas que encontramos no texto bíblico em questão já eram amplamente difundidas por se tratar de uma História Universal, contada à exaustão através das gerações. Em outras palavras, do ponto de vista do escritor/editor, Gênesis 1-11 é uma coletânea de fatos históricos que servirão como uma espécie de introdução ao assunto principal do livro, a intervenção e atuação de Deus na vida de um homem e seus descendentes. Abraão seria o início de uma nova jornada na história humana, o reencontro com Deus. 
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08 janeiro 2014

PEDRAS QUE CLAMAM...

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No ano de 1990, um grupo de tumbas foi descoberto de forma acidental, enquanto operários trabalhavam na construção de uma estrada na parte sul do Vale de Geena, Jerusalém. Dois anos mais tarde, numa das covas ali existentes foi encontrada por arqueólogos israelenses uma tumba que continha em seu interior 12 ossários (caixas funerárias) com o restos mortais de 63 pessoas. 

Chamou a atenção dos estudiosos a ossada de um homem de uns 60 anos que seria identificado como pertencente ao sumo-sacerdote Caifás, mencionado no Evangelho de Mateus (26.57). 

No ossário do séc. I d.C., o nome completo do falecido foi identificado na caixa, "José, filho de Caifás", que aparece duas vezes. Em conjunto, o nome  e elaboradas decorações da arca indicam que esta foi efetivamente o ossário de Caifás,  o sumo sacerdote. José, filho de Caifás era o sumo sacerdote judeu nos anos de 18-36 d.C. 


Com a descoberta, mais um testemunho da historicidade dos relatos do Novo Testamento veio reforçar a credibilidade dos evangelistas. Nas últimas décadas, a arqueologia tem acumulado achados que reafirmam consistentemente os registros bíblicos. 


Entretanto, fica claro aqui que a sepultura de personagens do NT poderão ser encontradas (assim como o caso de Tiago, irmão do Senhor, que exploraremos em outro post), mas ninguém tem descoberto a sepultura do principal personagem da História, Jesus de Nararé. O motivo óbvio para isto é sintetizado pela voz do mensageiro do céu, "Ele não está aqui! Ressuscitou!" (Mt 28.6)
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07 janeiro 2014

UM HOMEM CHAMADO ABRÃO

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Zigurate de Ur


Na cidade de Ur dos Caldeus
(Ge 11.26-29)


Mesopotâmia, séc. XXII a.C.


Era mais um dia como qualquer outro na agitada cidade de Ur. O sol quente que castigaria impiedosamente aquela planície por onde lodosamente corria o rio Eufrates, um verdadeiro oásis no meio da já árida paisagem, estava se levantando a leste. O céu azulado demonstrava que seria mais um período em que os habitantes locais teriam que se refugiar do calor à sombra de alguma palmeira ou mesmo no interior das casas. As caravanas de comerciantes chegavam arrastadamente aos portões da cidade, buscando refúgio depois de uma longa jornada até ali, cruzando desertos, montanhas e estradas às vezes perigosas. Um vento quente e abafado soprava desde o sul, oriundo da região arábica, trazendo consigo minúsculos grãos de areia e poeira do deserto. O fenômeno indicava a aproximação de uma tempestade de areia, comum para aquela época do ano.

Um grupo de crianças cruza a praça central, levados por seus aios para a escola, conhecida em sumério como e-dubba, ou “casa dos tabletes”. Nestes locais do conhecimento, membros de uma elite social eram preparados com rigor para futuramente ocuparem cargos importantes na sociedade. Serão eles os escribas monopolizadores das atividades econômicas e administrativas na máquina estatal. Eles administrarão Ur em nome do rei... mas isto só ocorrerá se as instabilidades que estão além dos muros da cidade permitirem.


As e-dubbas destas crianças ficavam em um “bairro” nobre, onde numa larga rua se enfileiravam  as casas dos nobres. As atividades cotidianas destes pequenos uritas englobavam o estudo da matemática, botânica, escrita, leis e especialmente idiomas locais e “internacionais”, matéria obrigatória naqueles tempos de incertezas sociais e políticas. Foi nestas escolas provavelmente que os filhos de Tera, o semita, teriam sido instruídos algum tempo antes.


Por enquanto, as crianças da nova geração passam ao lado de uma caravana que acabou de chegar à cidade, trazendo valiosas mercadorias vindas de lugares tão distantes quanto possam imaginar aqueles pupilos. Os comerciantes locais se alvoroçam pelo caminho, esperando começar o dia com bons negócios. Uma erupção de idiomas eclode pelas ruas, tantos que não se pode enumerar, reflexos de uma cidade cosmopolita como Ur. Os recém-chegados se esgueiram pelas estreitas ruas que levam para o mercado. São ruelas suficientemente retas com comerciantes aglomerados ao longo da rota, buscando espaço entre os possíveis compradores, que acabam dificultando o deslocamento da caravana. Um estranho, que pela primeira vez entrasse por este labirinto, perceberia a dificuldade de se localizar no meio das vielas. O ponto de referência e orientação mais importante era o grande Zigurate, erguido ao deus protetor da cidade.


As casas são de tijolos feitos a partir do barro retirado das margens do Eufrates, com uma cor amarronzada e pálida. Suas construções de estilo monótono acabam confundindo o mais desavisado. Elas não tem telhados obtusos, mas retos, com a capacidade de acumular a pouca e preciosa água que cai do céu eventualmente e, durante as noites, podem se transformar em dormitórios ou observatórios celestes.


A caravana que agora chegara a Ur, permaneceu acampada durante a noite em algum lugar fora dos muros da cidade, pois apesar de terem apressado o passo, não tiveram a sorte de chegarem antes dos portões se fecharam por motivos de segurança. Tempos difíceis aqueles quando, além das infinitas intrigas entre as cidades-estado de toda a planície dos rios Eufrates e Tigres, povos nômades vindos do deserto haviam desestabilizado algumas localidades ao norte, trazendo uma atmosfera de insegurança até os muros de Ur.


Quem eram os turbulentos nômades que assustavam os habitantes da baixa Mesopotâmia e donos das caravanas? Ninguém sabia ao certo. Eles provavelmente haviam descido dos montes Zagros, que ficam em direção ao nascente do sol, terra de bárbaros e animais. Pouco importava sua origem, eram desprezíveis e nojentos aos olhos dos cidadãos locais. Os habitantes da região os denominavam apenas por gutti.


Mas este tipo de deslocamento e instabilidade fazia parte da história daquela planície fértil. Nos tempos que estavam vivendo, os uritas sabiam que a desertificação das terras ao redor, e possivelmente das altas montanhas do oriente, faziam com que pessoas desesperadas se aventurassem por lugares desconhecidos em busca da própria sobrevivência, varrendo toda a região com hordas impiedosas.


Enredada neste sem-fim de especulações que percorriam as ruas e becos da cidade sobre as incertezas do amanhã, habitava uma próspera família de origem semita, cujos antepassados haviam chegado à promissora cidade, trazidos pela certeza de uma vida melhor. Lá se fixaram e, com o tempo, envolveram-se nas atividades econômicas locais.


A família de Tera estava aclimatada com as condições urbanas da multirracial Ur. A tradição semita de uma vida dedicada ao campo e rebanhos aos poucos deu lugar à vida sedentária, e esta metamorfose de princípios elementares de visão de mundo atingirá a família nas gerações que seguirão após Tera. Em uma geração, os velhos hábitos semi-nômades voltarão com força, mas ao mesmo tempo, seu neto voltará às práticas urbanas.


Contudo, neste momento, esta família semita está envolta em um comércio muito lucrativo, o comércio (e quem sabe na confecção) de estátuas com finalidades cúlticas (1). E este tipo de negócio era algo muito rentável nos tempos de Tera, especialmente quando se tratava do deus conhecido em acadiano como Sin (ou Nannar, em sumeriano), protetor da cidade, o senhor deus da Lua. A relação estreita entre as divindades locais e a família fica explicita quando 900 anos depois o conquistador Josué faz referência ao fato de seus antepassados serem idólatras em Ur (Js 24.2).


(1) A tradição judaica aponta nesta direção como podemos ver no Midrash  Tanna debe Eliyahu, II.25 e no  Genesis Rabbah. XXXVIII.


O próprio nome de Tera seria um forte indício da ligação deste homem com a divindade Sin, pois na língua daquele semita, seu nome poderia ser traduzido como "Lua". Parece claro qual era a sua orientação religiosa e, mesmo depois, em sua jornada, não sairia de debaixo da sombra desta divindade.


Pouco sabemos das relações familiares de Tera. O relato mais específico nos dá conta que ele teria três filhos homens, e certa incerteza sobre suas filhas. Harã, Naor e Abrão eram os nomes dos varões. Já uma de suas filhas seria Sarai, meia-irmã de Abrão. (Ge 20.12)


Harã, ao que parece, era o primogênito, o escolhido pelos deuses para dar prosseguimento nos negócios da família (2). O pai Tera via em seu filho um futuro grandioso. Como era costume as famílias depositavam sobre o filho mais velho as esperanças de continuidade das suas atividades econômicas. A alegria de Tera se intensifica quando Harã lhe dá a notícia de que um menino, vindo dele, havia chegado ao mundo. A casa se encheu de júbilo e muitos risos. Um menino! Sim, um homem garantiria a sobrevivência do nome da família, pois por tradição, as genealogias sempre só contemplavam a linha masculina. O nome deste rebento de esperança era Ló, o neto de Tera. Esta alegria anularia a infelicidade de Abrão e Sarai não poderem ter filhos.

(2) Se Tera morre aos 205 anos de idade (Ge 11.32), e Abrão tinha 75 anos na época (Ge 12.4), então Abrão nasceu quando Tera tinha 130 anos. O fato de Ge 11.26 registrar que Tera tinha 75 anos quando nasceu Abrão, Naor e Harã Contudo existe uma incerteza se Abrão sai de Harã apenas depois da morte do pai. Os relatos são um tanto quanto confusos neste item, e assumiremos aqui a hipótese de Harã ser o primogênito.


Mas definitivamente não estava destinado a Harã ou a seu filho entrarem para as páginas da História humana. Os olhos divinos estavam voltados para um personagem ainda eclipsado pelo fulgor do primogênito da família. Seu nome, Abrão (3). 

(3) A presença deste nome em arquivos encontrados em Ebla,  uma antiga cidade localizada no norte da atual Síria, fazem com que sua existência se torne mais assegurada historicamente.


O jovem Abrão, entretanto, era diferente do restante da família e de seus co-cidadãos. Desde tenra idade, ainda na adolescência, ele teria inquerido sobre o verdadeiro Deus. Sua atenção não estava voltada para as preocupações deste plano material, para uma vida que buscava suprir para si satisfações. Não, aquele jovem buscava algo mais específico. Sua mente se voltava constantemente para os mistérios da vida e da morte. Seus olhos se elevavam acima dos olhos de outros mortais, buscando uma resposta para questões mais profundas, transcendentes, algo muito superior .


A sua inquietação sobre os porquês o levam a buscar respostas na natureza, sua força, sua harmonia, seu ciclo. Em termos muito práticos, Abrão poderia ser considerado um verdadeiro cientista da Antiguidade, buscando através de observações tirar conclusões que pudessem solucionar os mistérios deste mundo.


As observações atentas daquilo que acontecia ao seu redor, tanto nos ciclos das estações da natureza como no percurso dos astros nos céus, o levaram a questionar a existência de uma inteligência superior que regia todos os movimentos. Deveria haver uma força ou alguém que intervisse para que todas as coisas não entrassem em desordem e caos.


Ele passava noites observando os céus, a movimentação dos astros, planetas e da Lua. Sentava-se isoladamente em algum lugar de sua casa, ou quem sabe mesmo no deserto e elevava seus olhos para o alto, atentamente percebendo a rotação daqueles pontos luminosos pela abóboda celeste. Anotava diligentemente tudo, percebendo que existia uma ordem, um curso fixado para aquelas estrelas lá acima de sua cabeça. Certamente ele não era o primeiro a fazer este tipo de observações astronômicas, mas seu ímpeto em buscar respostas desvinculadas do misticismo e tradições religiosas dos sumérios e caldeus o tornavam único naqueles tempos. E este pioneirismo veio cobrar seu preço.


Segundo Flávio Joséfo, Abrão “era homem muito sensato, prudente e de grande espírito e tão eloquente que podia persuadir sobre o que quisesse”. A habilidade nata de um orador e pensador, aliado ao ímpeto interno para descobrir a verdade sobre assuntos tão profundos quanto o sentido e origem da vida, trouxeram o filho de Tera para a linha de frente de debates acalorados. O seu poder persuasivo nas conversas renderam a ele inimigos dentro das castas religiosas. O que a princípio seriam apenas conversas despreocupadas ao redor da mesa do pai, acabaram por tornar-se verdadeiras discussões seguidas de ameaças à integridade física do jovem inquiridor.


Mas o fruto de seus questionamentos internos o levaram a um patamar mais elevado, aproximando-se de uma hipótese ousada e provocante. Abrão estava chegando à conclusão de que o universo tem sua existência explicada apenas na pessoa de um único Criador. Tudo teve um início, uma causa primária. Este Criador, ainda desconhecido e misterioso, precisava ser descoberto.


“Foi ele quem primeiro ousou dizer que existe um só Deus, que o universo é obra das mãos dEle e que a nossa felicidade deve ser atribuída unica­mente à sua bondade, e não às nossas próprias forças.” (4) - disse Flávio Josefo a este respeito.


(4)  História dos Hebreus, VII


E foi esta ideia básica que entrou em choque com os alicerces da visão de mundo dos habitantes locais. Como poderia um único deus ter criado tudo? Como poderia Ele ser um deus desconhecido? Como buscar esta fonte primária da vida se nem ao menos sabemos de sua existência? Qual o seu nome afinal?


Para Abrão as respostas ainda eram tão obscuras quanto uma caverna profunda. Mas ainda que não tivesse provas concretas sobre a existência desse deus único desconhecido, em momento algum ele deixou de buscá-lo. Era o dever de qualquer um encontrar um meio de contato com este “desconhecido” Criador.


O desgosto, entretanto, que vinha Abrão provocando em sua família era alvo dos comentários de vizinhos e colegas, pois o conflito com seus parentes também acaba por vir a tona em discussões acirradas. Em uma tentativa de dissuadir seu pai de prestar culto aos ídolos, e mesmo abandonar os negócios da família relacionados com aqueles deuses, Abrão provoca a reação inesperada de Tera.


- Pai, que ajuda ou benefício nós temos desses ídolos os quais tu adoras, e diante dos quais tu te curvas? Porque não há nenhum espírito neles, porque eles são formas mudas, e um engano ao coração. Não os adore! Adore ao Deus do céu, que faz a chuva e o orvalho descer sobre a terra e faz tudo sobre a terra, e criou tudo por sua palavra, e todo ser vivente está diante de sua face. Porque tu adoras a coisas que não tem nenhum espírito nelas? Porque elas são trabalhos das mãos (dos homens), e sobre seus ombros tu as carregas, e tu não recebes nenhuma ajuda delas, mas elas são grande motivo de vergonha a aqueles que a fazem, e um engano ao coração daqueles que as adoram. Não as adore!"


Confuso, seu pai apenas lhe responde:
- Eu também sei disso, meu filho, mas o que farei eu das pessoas que me fizeram servir diante deles? Se eu contar-lhes a verdade, eles me matarão; porque a alma deles se une a eles para os adorarem e os honrarem. Mantenha o silêncio, meu filho, senão eles te matarão.(5)

(5) Livro dos Jubileus 12.2-6


Contudo seus irmãos não suportavam as constantes intervenções de Abrão. Ele havia encontrado oposição mesmo entre eles. E enquanto as ameaças contra Abrão aumentavam, outro momento mais perturbador estava por vir.


Certo dia, Tera recebeu uma notícia da qual jamais iria se recuperar. Harã havia morrido, perecendo num incêndio ao tentar salvar os ídolos da casa de seu pai!


Num ataque de zelo, Abrão teria posto fogo nas estátuas de madeiras, e o fogo se alastrou rapidamente. Harã, na tentativa de salvar os ídolos, acaba perecendo. (6)

(6) Livro dos Jubileus, 12.12-14.


O mundo de Tera havia ficado mais sombrio. Seus pensamentos ficaram confusos, desnorteados. A esperança daquele idoso havia desfalecido, o luto tomou conta de toda sua alma e carne.


E no decorrer dos dias, semanas e meses, cada local, cada palavra e cada gesto lembrava seu filho que já não estava mais neste mundo. Restara apenas o túmulo frio e grandioso construído para ser sua última morada.


A sua forte aversão ao local por causa da morte de Harã provoca no patriarca uma medida extrema, que acaba por deixar todos perplexos. Abandonar Ur era a ordem final que saiu de sua boca.


- Não há mais como ficar aqui, temos que partir, ou minha alma se destruirá pela falta que sinto de Harã! - diz ao reunir seus filhos e o neto.


- Mas para aonde iremos? - indaga Naor, ainda surpreso


- Canaã! - afirmou firmemente Tera -. Não há mais futuro para nós aqui. Quem sabe quando os gutti irão chegar às portas de Ur. O norte da planície está um caos por causa destes bárbaros. Não há mais esperança, precisamos ir logo.


- Mas e nossas coisas, nossa vida, parentes e amigos, pai Tera? - sobressaiu-se o jovem Ló na conversa, até então calado.


- Sei o quanto esta cidade representa para você, meu neto. Mas ficar é morrer. Muitos já tem partido para Canaã, não seremos os primeiros. Os caminhos ao longo do Eufrates ainda nos trazem alguma segurança, mas até quando, não podemos saber. chegou a hora. Vamos acompanhar uma caravana que há pouco chegou à Ur em seu retorno para o norte.


Abrão que escutava tudo, abaixa sua cabeça entendendo que seu pai enfim havia ouvido sua suplica para deixarem a cidade que já não era mais favorável a eles. Esta mudança poderia abrir os olhos de sua família para uma nova oportunidade de buscarem em lugares neutros o deus desconhecido, do qual ele tanto falava. Quem sabe até mesmo ele, Abrão, pudesse enfim ter um encontro com aquela divindade anônima.


Sabia que a partida seria um ato difícil para seu sobrinho Ló, que crescia na vida cosmopolita de Ur. Seria ainda mais difícil para Mical e Sarai. Abrão e Naor teriam que convencer suas esposas, que igualmente eram ligadas à cidade, a ter que deixarem para trás sua terra natal e o túmulo do querido Harã, que ficaria para sempre ali sepultado. A tragédia da perda provocara naquela família uma desestruturação tão forte, que precisavam buscar um novo começo de vida, em outro lugar, em Canaã.


Desfazer-se de todos os sonhos, vender seus pertences e fechar seu negócio; arrumar o que restara para levar junto na peregrinação até as novas terras. Tera olha para Ur com sentimentos descontrolados. Passa pela sepultura de seu filho pela última vez nesta vida. Todos sentem a falta de Harã, mas ninguém aparenta mais tristeza que o desesperançoso Tera. Os amigos e parentes vêm se despedir, ainda não entendendo completamente os rumos da decisão de Tera em abandonar Ur. Ninguém ousa dizer uma palavra que pudesse desencadear em Tera uma reação colérica.


E assim partiu a família de Tera, junto com uma caravana que subia para o norte, na direção da Babilônia, e depois mais adiante para os lados das nascentes do Eufrates. Só assim era seguro caminhar pelas estradas de Sinear naqueles tempos de mudanças e incertezas.
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05 janeiro 2014

RECONSTRUINDO A HISTÓRIA DE VIDA DE HERÓIS DA FÉ

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A reconstrução biográfica de grandes vultos da Humanidade sempre é uma tarefa complexa. A dificuldade cresce conforme nos deslocamos para trás na linha do tempo, pois as fontes de informações ficam cada vez mais escassas.

Quando falamos dos ícones da Historia bíblica, estamos voltando em narrativas que vão de 2 à 4 mil anos nesta linha! Mas o fato deles serem pedras fundamentais no desenvolvimento espiritual da humanidade acaba por nos impulsionar numa viagem até o berço da civilização e redescobrir os fatos históricos acortinados por trás da escuridão do passado.

Nosso propósito é vasculhar o passado e encontrar importantes informações da vida de homens que vão desde Abraão, passando por Moisés, Jeremias e outros até chegarmos às páginas do Novo Testamento. Para isto, nos valeremos de textos bíblicos, tradições judaicas, escritos de historiadores judeus e especialmente dos conhecimentos atuais da arqueologia.

Participe conosco desta volta no tempo, buscando a reconstrução da vida destes heróis da fé!

Nossa caminhada começará com um homem que deixa para trás tudo, a fim de seguir uma voz que lhe diz: "saia da tua terra..."
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02 janeiro 2014

FÓSSEIS, CORDILHEIRAS E O DILÚVIO...

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As pessoas que questionam sobre o Dilúvio, perguntam frequentemente sobre a universalidade ou não do mesmo. Não raro é encontrar grande desconfiança sobre a possibilidade de que ele tenha coberto as montanhas mais altas do mundo, como o texto de Gênesis descreve. Neste ponto preciso concordar com tal ceticismo. Poderiam as águas cobrir o Everest, por exemplo, com seus 8.848 m? Realmente parece impossível haver tanta água neste mundo. Nosso censo lógico comum e nossa razão apontam para o caminho oposto ao relatado na Bíblia! Portanto, temos um impasse entre a razão e o relato bíblico. 

Alguns, mais piedosos da fé, irão argumentar que temos que crer pelo fato de assim estar escrito no texto Sagrado. Contudo, os céticos irão contra esta posição pelo simples fato dela lhes parecer ridícula e fanática. Concordo novamente com os céticos! Creio estar ficando cético demais!

Desta forma, sou desafiado pelo meu senso de justiça a colocar novamente minhas crenças em questão. Preciso verificar as evidências e os fatos, e então chegar a uma conclusão lógica e plausível. O que temos então? O que nos dizem alguns dados recolhidos em campo?

Uma notícia veiculada em 14 set. de 2013 com o título Baleia com 40 milhões de anos pelo canal do Euronews, dava  conta de um  fóssil  "descoberto no deserto de Ocucaje é de uma forma primitiva de cetáceo. Um mamífero aquático, tal como as baleias, mas que tinha dentes semelhantes aos dos crocodilos e patas que lhe permitiam andar na terra. Este animal, o arqueoceto, era já conhecido, mas este é um dos fósseis mais antigos alguma vez encontrados: Estes fósseis têm entre 36 e 40 milhões de anos."

Não quero entrar no mérito "evolutivo" do texto, mas gostaria de saber em que altitude foi encontrado o fóssil. Procurando por todos os lugares, não encontrei nenhuma referência sobre a localização exata do sítio e a quantos metros fica acima do nível do mar. Mas por ficar perto de Ica e Nazca (sim a a famosa região!!!) pude fazer uma aproximação. O local de Ocucaje fica a aproximadamente a 500m de altitude. O que quero dizer com isto? A baleia lá achada deve ter ido caminhando até o local (já que os arqueólogos dizem que ela tinha patas). E os tubarões, e outros aminais marinhos lá achados? Hum, a baleia levou até lá sua comida para fazer um pique-nique nos Andes, só para variar um pouco a rotina!!! Ninguém se pergunta o que baleias (as maiores do mundo com mais de 20 metros de comprimento!)  estão fazendo neste local, junto com outros animais marinhos? Um cemitério marinho num vale... Quem conhece um pouco de geografia, vai perceber que Ocucaje fica na descida dos Andes em direção ao Pacífico, ou seja, é uma espécie de aluvial, para onde quantidades imensas de terra e lodo desceram dos pontos mais altos. Difícil de entender por que os "especialistas" não falam sobre o local né? 

Ali perto, no Chile, os cientistas encontraram fósseis de mais baleias e sedimentos de outros animais marinhos que, segundo eles, indica que o oceano subiu rapidamente. O fato curioso (e que ninguém comenta, claro) é que o achado ocorreu numa altitude de mais de 1600 metros segundo a reportagem do The New York Times (12 de março de 1987)... 

Ok, uma tsunami levou todo este material lá para cima dos Andes, diria alguém. Bom, esta onda teria que ser mais alta que o lugar do depósito para que os animais ficassem ali presos. Como resolver o dilema? Jogue 30-40 milhões de anos e tudo fica bem, pois aí não tem como provar nada. Quem datou isto? Carbono 14? DNA? Uma caneca do Jurassic Park encontrada ao lado do fóssil? Ou seria um chapéu do Mickey? 

Aí o leitor diz que "tudo bem, deve ter uma explicação científica para isto, e deve ser um caso isolado!"... Não, não é um caso isolado. Este tipo de situação se verifica em outras partes do mundo. Existem fósseis de tubarões e outros animais marinhos na Cordilheira do Atlas, em Marrocos. Existem fósseis de animais marinhos nos Himalaias, na Ásia. Existem fósseis de animais marinhos no Everest, na Ásia. 

O que?! Você nunca soube das conchas no topo do Everest?  Até posso imaginar o motivo deste "esquecimento" do pessoal especializado. 

Mais de 20 mil fósseis de répteis, mariscos e outras criaturas marinhas pré-históricas foram localizadas em uma montanha na China. A descoberta, foi feita por uma equipe do Centro Geológico Chengdu, informou a Folha.com

E não vamos nos alongar nesta lista, basta fazer uma busca pelo sites de jornais, revistas, etc.

Para todo o lado as evidências de fósseis marinhos nas cordilheiras apontam para 2 possibilidades: ou o oceano virou cordilheiras, ou o oceano subiu até lá! Tudo bem, para mim tanto faz qual a opção correta. Por quê? A questão é ha quanto tempo aquilo está lá. Milhões de anos? Milhares? 

Noticiado pelo portal do IG com o título Deserto peruano produz fósseis raros de animais marinhos nos informa que: 

"Ao sul de Lima, nos desertos de Sacaco e Ocucaje, fósseis tão estranhos como cartilagens de tubarão, barbas de baleias, penas e escamas florescem após terem permanecido milhões de anos aprisionados entre os sedimentos."

Olha, cartilagens de tubarão, barbas de baleias, penas e escamas de milhões de anos... Se os egípcios conhecessem esta forma de mumificação!!! Como pode este material estar lá intacto ha milhões de anos??? 

Este é o mesmo caso dos dinossauros que foram encontrados com pele e veias intactas. Milhões de anos??? Tem certeza??? Quem datou? Como?

Os cientistas sabem (porque existe trabalho empírico em laboratório) que o DNA de um organismo morto, privado dos seus mecanismos de constante reparação, desintegra-se rapidamente.

Os estudos publicados a este respeito estabelecem um teto máximo, para a preservação de DNA num organismo morto, de 125 mil anos (125.000). Isto a 0ºC. A uma temperatura constante de 10ºC, mais natural no ambiente onde são encontrados os fósseis, este limite máximo cai para 17.500 anos. 

E no deserto, onde a temperatura oscila entre 50° e 0° em 24 horas?

Bem, segundo os métodos científicos, temos as provas, as evidências. E o que faremos com isto, jogamos no lixo ou repensamos nossos conceitos???
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01 janeiro 2014

ANALISANDO A COLEÇÃO GRANDES MISTÉRIOS - CIVILIZAÇÕES PERDIDAS - EDIÇÃO 3 DA SUPERINTERESSANTE

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Hoje tive em minhas mãos esta edição especial da Superinteressante. Confesso que não tenho grande simpatia para com a revista, mas decidi dar uma olhada mesmo assim. O tema parecia interessante (super!), então, por que não???

Ao menos não posso dizer que fiquei decepcionado, já que não esperava nada além do costumeiro. 



A proposta é clara, deixar o leitor com a forte impressão que tudo que se diz nos manuais da História oficial é o correto e inquestionável. Tudo que os "alternativos" apresentam é falso e ridículo, pois carecem do aval da "sã doutrina" dos detentores do conhecimento. Um olhar diferente, um questionamento mais profundo, é motivo de zombaria intelectual pelo autor. 


A intensa campanha do texto contra as outras possibilidades de interpretação histórica acabam por reprisar o que já é feito à exaustão pela História oficial. "Não pode ser diferente do que dizemos, exatamente por que não existe outra possibilidade!". Os argumentos em prol da ortodoxia se dá nesta base: é assim pois os historiadores e estudiosos assim o dizem.


As inúmeras vezes que os historiadores já comprovaram a teoria, na realidade não passa de hipóteses levantadas por alguns, que foram aceitas como uma explicação pela maioria. Mas isto não significa unanimidade! Nem mesmo veracidade!


Os fatos coletados em campo acabam por ruir as hipóteses e teorias. Assim, com o que ficamos, com os fatos ou com as teorias? Bem, por enquanto temos que engolir as teorias...


Não se leva em consideração o que especialistas de outras áreas estejam dizendo. O pessoal das "Exatas" tem contribuído para esclarecer alguns pontos, mas a tenacidade dos "doutores da lei" acaba por eliminar oposições à ortodoxia. Físicos, geólogos, botânicos, engenheiros, etc., têm ido a campo e medido, verificado, analisado, colhido amostras. Temos agora o DNA que está reduzindo a pó teorias dos estudiosos, mas nada vêm à tona... 


Não endosso todas as teorias e "provas" de Erik von Daniken, mas ao menos devemos olhar para elas com um interesse científico de analisarmos se têm procedência. Mas por que o pessoal lá desta edição sabe apenas ironizar o assunto?


Simples, se ruir o sistema baseado na teoria da evolução de todas as coisas, do mais simples ao mais complexo, tudo precisaria ser repensado, inclusive a própria História e por fim a Evolução. E quem está a fim de dar o tiro de misericórdia na Teoria de Darwin, que há muito está apenas de pé devido aos seus ideologizadores?


Até quando vamos ter que ouvir pessoas dizendo "como foi inúmeras vezes comprovado pelos estudiosos...", "não existe sombra de dúvidas...", etc., mas sem apresentar concretamente as provas? 


Temos a cena do crime, a arma, os suspeitos, os motivos, mas achamos que tudo foi obra do acaso... Quando não têm resposta ao mais óbvio, apenas colocam uma frase do tipo "não sabemos o que pode ter ocorrido, mas certamente não foi como os 'alternativos' apontam". POR QUÊ NÃO???


Será que é pouco o que eles fazem? Saiba que toda as ideologias da ciência atual está baseada em certas premissas ditadas pelo pessoal "especializado". 


E você, acredita em tudo isto?
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