Apresentação do História e Arqueologia Bíblica

27 janeiro 2014

O ÉDEN

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"Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado."
Ge 2.8



Assim é mencionado pela primeira vez este local paradisíaco no texto sagrado. A palavra designando um local específico aparece 13 vezes na Bíblia, todas no Antigo Testamento.

As grandes interrogações geralmente levantadas sobre o Éden dizem respeito, em primeiro lugar, à sua veracidade histórica, e em segundo, à sua localização. Precisamos esclarecer inicialmente que o Éden não era um jardim!

Apesar do senso comum relacionar automaticamente o "jardim" com a palavra Éden, este último na realidade era uma região relativamente ampla, dentro da qual se localizava um jardim especialmente produzido e plantado.
Apesar de não ser mais possível localizar com exatidão este jardim, o Éden, fica claro por fontes bíblicas e extras-bíblicas, deve ser buscado na região que conhecemos como Mesopotâmia, atual Iraque. Mais especificamente, em sua porção meridional.

A descrição bíblica dos quatro rios que banhavam o Éden nos dão uma informação importante neste sentido, pois alista dois rios atualmente conhecidos, Tigre e Eufrates. Os outros dois acabaram por ficar com sua localização desconhecida. Entretanto, fotos de satélites tiradas recentemente, com lentes especiais, mostram que outros dois rios existiam na região formando uma junção exatamente ao sul da Mesopotâmia.

Existem outras localidades mitológicas entre os povos que denunciam um conhecimento comum de um local onde os primeiros humanos viveram. Dilmun era o nome pelo qual os antigos habitantes da Mesopotâmia conheciam o local onde não havia dor e morte. A semelhança entre Dilmun e o Éden bíblico (mais notoriamente o Jardim) é tão desconcertante, que estudiosos acabaram por ter que declarar a dependência um do outro. Serviria o conceito desta terra mitológica de Dilmun como a matriz para o conceito do Éden? Ou estamos diante de uma adaptação mitológica dos sumérios da terra perdida do Éden?

O Éden reaparece no horizonte arqueológico com a descoberta de tabletes com escritas cuneiformes onde se pôde encontrar a expressão suméria AN.EDEN, que poderia ser traduzida como "terras altas". Este era o nome dado pelos habitantes locais ao que conhecemos como Mesopotâmia, ou seja, a porção de terra entre os rios Tigre e Eufrates. AN.EDEN, ainda pode ser traduzida como "a terra do Éden".


CONCLUSÃO:

Apesar de sua localização exata ainda ser alvo de acalorados debates, as evidências apontam para uma existência real do Éden. Os achados arqueológicos apontam, através de registros escritos dos povos antigos, para uma consciência universal a respeito desta terra perdida por uma catástrofe. O banimento dos primeiros humanos destas terras paradisíacas está bem atestado em inúmeras lendas e mitologias. O conceito de um "Éden" e uma "era de Ouro" não é um fenômeno restrito à Mesopotâmia, mas se encontra espalhado pela consciente coletivo humano. E é isto que traz mais solidez à historicidade deste local.

O banimento e a fuga humana sempre se dá em sentido do oriente, ou seja, para os lados da atual Índia. Como o texto bíblico informa, os humanos estavam localizados no jardim que estava na banda oriental do Éden. Em outras palavras, eles estavam saindo para regiões menos favoráveis, se comparado com o jardim e o Éden em si. O deslocamento (sempre para o oriente) acaba por distanciar os primeiros humanos do lugar mais adequado para a sobrevivência. O afastamento acaba por gerar ao longo dos tempos as lendas e histórias sobre a "Era de Ouro" deixada para trás. Mas sempre foi desejo humano retornar ao lugar abençoado do início, o Éden perdido.

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