Papiro Anastasi I
|
Contudo, outros textos narram a existência de homens igualmente gigantes, como em Deuteronômio 3:11, que fala de Og, rei de Basã. É-nos dito que ele foi o último dos refains, uma raça de gigantes.
Ishbi-Benob (II Sm 21: 16) é outro exemplo de um gigante bíblico. Existe também a relação de povos de gigantes como os anaquins, refains e emins (Deuteronômio 2.10-11). Mas será que eles eram povos e personagens históricos ou apenas lendas e mesmo exageros dos escritores bíblicos?
Realmente seria algo difícil de para nós hoje acreditar em tais gigantes, ainda mais por não os podermos ver atualmente. Mas a certeza dos povos antigos da existência de seres acima da estatura normal humana parece ser um senso razoavelmente comum. Gregos, sumérios, escandinavos, incas, e até mesmo os egípcios nos contam histórias sobre seres humanos de grande estatura.
Em um documento egípcio conhecido como o Papiro de Anastasi I, atualmente guardado no Museu Britânico e datado de 1300 aC., nos é narrado em um fragmento do texto que o exército egípcio se defrontou com guerreiros de Shasu, nome pelo qual os egípcios conheciam Canaã. Mas o que chama a atenção é a menção do reportador da história, pois segundo ele, os inimigos tinham do nariz aos pés, entre 4 e 5 cúbitos. O cúbito era uma unidade utilizada pelos egípcios e consistia na distância do cotovelo até a ponta do dedo médio do faraó, que corresponde a aproximadamente 52,4 centímetros. Desta forma, os guerreiros canaanitas teriam entre 2,10 e 2,60 metros!!!
Outro exemplo é o relevo que conta uma batalha feita por Ramses III perto de Kadesh contra os hititas. Neste relevo é visível a cena da captura de 2 espiões de Shasu (cananeus). O tamanho desproporcional dos espiões diante dos "pequenos" egípcios chama muito a atenção. Estudiosos tentam explicar a desproporção, mas não existe qualquer explicação convincente a não ser o fato que o relevo esteja retratando com veracidade a cena. A desproporção de tamanho não é novidade nas representações humanas egípcias, mas o fato de uma pessoa ser representada maior que as outras se dá no caso de alguém mais importante frente aos seus coadjuvantes de cena. Geralmente, o faraó é representado desta forma. No caso de prisioneiros de guerra, esta tendência artística egípcia não se aplicaria. Então, o autor estava retratando o que ele estava vendo tão somente.
Isto reforça a ideia de que alguns habitantes de Canaã realmente tinham estatura de gigantes aos olhos dos povos vizinhos.
Outro exemplo desta tendência egípcia de reconhecer nos habitantes cananeus uma estatura avantajada vem dos "Textos de Execração". Quando os egípcios iam para uma batalha, os seus sacerdotes eram convocados para fazerem um ritual escrevendo o nome dos povos inimigos em jarros, estátuas ou em pedaços de cerâmica. Após uma cerimônia, eles jogavam o material no chão para quebrá-los, invocando a derrota do inimigo no campo de batalha. No Museu de Berlim temos um fragmento de um destes "Textos de Execração" que contem o nome “Iy Aneq.” Os egípcios aparentemente consideravam este povo como sendo de grande estatura. Alguns pesquisadores indicam que este pode ser o mesmo povo que a Bíblia chama de Anaquins por causa da semelhança linguística entre "Iy Aneq" e a forma hebraica "Anakim"- que é considerado na Bíblia um dos povos gigantes da terra de Canaã. (Nm 13:33).
Mas se estes gigantes existiram realmente, de onde eles vieram? Para onde foram?
Se eles existiram mesmo, então a Bíblia ao narrar histórias sobre os gigantes cananeus não estaria inventando histórias fantasiosas, fábulas?
Bem, segundo o que parece, ao menos os egípcios acreditavam em histórias de gigantes!!!!